terça-feira, 11 de agosto de 2009

Empresa que seria ligada à Universal não se manifestará, diz funcionária

Empresa Cremo, uma das apontadas pelo Ministério Público do Estado de São Paulo como integrante de um suposto esquema de desvio do dinheiro de fiéis da Igreja Universal. À tarde, por telefone, uma funcionária que se identificou como Cíntia disse que a empresa não iria realizar atendimentos nesta terça e que não comentaria as investigações do Ministério Público. Mais cedo, a reportagem esteve no edifício em que está localizado um escritório da empresa, no bairro Bela Vista, em São Paulo. O porteiro disse que não havia funcionários no local e que o andar onde funciona a empresa estava fechado. Por interfone, ele tentou contato com o escritório, mas ninguém atendeu. O porteiro disse não ter visto, até o início da tarde, a funcionária que diariamente abre o escritório pela manhã. Nesta terça, foi divulgada a informação de que a Justiça aceitou denúncia do MP por lavagem de dinheiro e formação de quadrilha contra o fundador da igreja, o bispo Edir Macedo, e outras nove pessoas. Segundo o porteiro do prédio, a Unimetro, outra empresa apontada pelo MP como integrante do suposto esquema, não tem sede no local. Mas informou que cartas destinadas à empresa chegam ao mesmo endereço da Cremo. O G1 tenta contato com advogados dos réus. Por e-mail, a asssessoria jurídica da Igreja Universal informou que quem responderá à denúncia do Ministério Público será o advogado Arthur Lavigne. Ao jornal "Folha de S.Paulo", na edição desta terça (11), Lavigne negou fraudes e disse que a Universal e seus integrantes são perseguidos pelo Ministério Público Estadual. De acordo com o MP, os denunciados integram um grupo que supostamente remetia os recursos oriundos de doações dos fiéis da igreja para duas empresas: a Unimetro Empreendimentos S/A e a Cremo Empreendimentos S/A. Segundo os promotores, são empresas de fachada, pertencentes aos denunciados e instaladas em um mesmo endereço. Segundo comunicado divulgado pelo Ministério Público, "para os promotores, ficou comprovado que o dinheiro das doações, em vez de ser utilizado para a manutenção dos cultos, era desviado para atender a interesses particulares dos denunciados". O comunicado diz que Cremo e a Unimetro "remetiam esses recursos para empresas localizadas em paraísos fiscais". Segundo o MP, "o esquema garantia que o dinheiro retornasse ao Brasil em forma de contratos de mútuo celebrados com intermediários que fazem parte do grupo acusado, e fosse utilizado na compra de empresas de comunicação". Em 2004 e 2005, de acordo com o MP, as duas empresas "foram responsáveis pela movimentação, ocultação e dissimulação de mais de R$ 71 milhões". O Ministério Público diz que, há dez anos, o grupo utiliza a Igreja Universal para a prática de fraudes. O MP estima que a Igreja Universal movimente cerca de R$ 1,4 bilhão por ano no Brasil como resultado de doações de fiéis.