sexta-feira, 15 de maio de 2009

JUSTIÇA: Mohammed D'Ali é condenado a 21 anos pela morte de jovem inglesa


Após 14 horas e meia de julgamento no Tribunal do Júri de Goiânia, os jurados decidiram pela condenação do jovem Mohammed D'Ali dos Santos a cumprir pena de 21 anos de reclusão, em regime fechado, pela morte e ocultação do cadáver da jovem inglesa Cara Marie Burke, 17 anos. O crime foi cometido em 26 de julho de 2008. A decisão foi lida pelo juiz Jesseir Coelho de Alcântara, às 23h desta quinta-feira (14). Em relação ao crime de homicídio, Mohammed foi condenado a 20 anos de reclusão, reduzindo-a em seis meses para cada atenuante (ser menor de 21 anos e réu primário), totalizando, então, 19 anos de reclusão em regime fechado. Pelo crime de ocultação de cadáver, Mohammed foi condenado a 2 anos de reclusão, também em regime fechado. Os jurados ainda decidiram por uma multa de 150 dias/multa, sendo que cada dia deve ser considerado como um trigésimo do valor do salário mínimo vigente à época do crime. Durante o debate entre defesa e acusação, o advogado George Hidasi, que defende Mohammed, disse que o cliente cometeu "crime brutal e monstruoso", mas pediu pena branda por ele ter problema mental. A etapa começou às 17h15, cerca de oito horas após o início do julgamento. O primeiro a falar foi promotor Milton Marcolino, que defendeu a tese de que o réu devia ser condenado em sua plenitude, sem abatimento da pena por possíveis problemas mentais de Mohammed, que ele considera não existir. Do outro lado, às 19h15, Hidasi disse que Mohammed é semi-imputável e que devia ser condenado por dois crimes: a morte de Cara Marie Burke, em julho de 2008, e a ocultação do cadáver. "Tenho vontade de estrangular o Mohammed pelo crime que ele cometeu. Ele deve responder pelo crime que cometeu, mas na forma que a legislação penal rege, com redução da pena, pois ele tem problema mental." A tese da promotoria foi mostrar que Mohammed não vivia em situação paupérrima e que o crime foi planejado. Marcolino fez menção a Mohammed ter custeado as passagens aéreas para Cara vir ao Brasil duas vezes. Segundo o promotor, Mohammed queria que Cara viesse para o Brasil para casar com ela e, assim, poder ter facilidade para sair e entrar na Inglaterra. O promotor citou o ataque às torres gêmeas, em 11 de setembro de 2001, em Nova York, para falar que Mohammed teria descendência árabe e que estaria sofrendo represálias para viajar para fora do Brasil, principalmente para a União Européia. Marcolino disse ainda que os exames toxicológicos feitos no corpo de Cara não detectaram vestígios de drogas. Segundo ele, a vítima não gostava de entorpecentes, pois o pai morrera de overdose na Inglaterra.